sábado, 21 de março de 2009

21 De Março!

Na noite em que a vida despontava novamente, em que a natureza na sua forma mais maravilhosa renascia e se renovava, tu, caíste eternamente na escuridão qual folha no Outono quando se desprega da árvore. Nessa noite de celebração da vida, o frio da desgraça entrou e perpetrou um Outono no lugar da primavera, nas vidas dos que te rodeavam e amavam, alguns sem ainda saberem o que era esse amor, mas, que já te amavam com a força do ser.
Caíste antes do tempo - se é que existe tempo - mas deixaste a tua continuidade num sorriso, num olhar, em pele e, personalidade... A vida negou o observar e o florescer dessa continuidade, seja na partilha da cumplicidade dos sorrisos, dos abraços, dos ralhetes, das discussões, das angústias e dos medos, das aprovações, das meias aprovações, das negações e das negociações para as meias negações. Nas alegrias e nas tristezas, na primeira perda e primeira vitória, na primeira descoberta e na primeira desilusão, na primeira queda, mas não no primeiro choro. Estavas lá!
26 Anos passaram e, embora tenhas caído como uma folha no Outono em pleno nascimento da Primavera, deixaste a luz, o brilho, a cor, a alegria e a força que a caracterizam. Essa luz que às vezes esmorece mas jamais se apaga. Foi a tua dádiva, é ela o guia na escuridão, o farol nas noites de tempestade.
Estas são linhas redigidas com saudade, essa palavra sem tradução, tal como o sentimento que a acompanha, “Pois quem inventou a distância, não sabia o que era a saudade”.

Até um dia Pai!



segunda-feira, 16 de março de 2009

All I See

Sob a luz ténue do pôr-do-sol, laivos de nostalgia fecham-se no peito como a flor se recolhe ao final de cada dia, eternizando tudo o que de bom e mau se sente, vê, viu e viveu. É um lacre secreto, invisível, acessível apenas aos olhos do coração. O corpo e a alma são uma tela gigante, um quadro em que um simples traço a pincel faz a história da vida que fica para sempre sentida e, tatuada na pele. A humanidade pinta no nosso quadro, alguém pintou no teu quadro, mas quando não se sabe como acabar ou continuar, cabe a nós, a ti, concluir. É das mais belas formas de poesia, simples e em constante ordenação com a natureza, é algo chamado vida.
Às vezes o mundo parece querer fechar, ou somos apenas nós que fechamos as portas, na vaga expectativa de – nos - o encontrar. Quantas vezes perguntaram: desapontei? Falhei? E a resposta não vem, fica o vazio que não aquece nem arrefece, apenas desespera, fica a indiferença, a covardia e a falta de coragem, quando na realidade nós é que fomos desapontados. A coragem começa aí, ter a hombridade e clareza de espírito para ver que, nos enganamos e erramos nem que seja mais e, mais e mais uma vez. Escorrega-se, cai-se, rebola-se na lama, esfolamos, sentimos dor, em suma vergar mas jamais partir.
Isso deveria constituir uma aprendizagem positiva, mas o ser humano tende a ganhar uma espécie de gangrena e, tudo acaba por ficar parcialmente contaminado levando a uma generalização e desvalorização das pessoas, o que culmina tarde ou cedo na imensa capacidade que a raça humana possui de ferir “inocentes” levando a que isto, se transforme numa imensa reprodução social. Hoje em dia falta coragem para quase tudo e, por muito que se apregoe o contrário a resposta está mais do que estampada, esborratada e evidente em tudo o que se assiste na vida, nesta sociedade cada vez mais vazia, efémera e falsa. A covardia anda de braço dado com a falta de coragem na procura da simples e descomplexada felicidade e esperança, palavras transversais e sem um significado universal, residem sobretudo dentro de cada um, na luzinha que brilha cá dentro e, que poucos a mantêm honestamente alimentada. Se assim o fosse talvez esta selva, designado mundo fosse realmente um lugar melhor.
Por tudo o que poderia ter sido e não foi, é que ainda existe esperança, até a esperança precisa de um lugar!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Free Hugs - Porto

Porque realmente, tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Assim um grupo de amigos juntou-se e, pura e simplesmente distribuiu abraços, sim, abraços. O dia estava soalheiro, de acordo com o coração dessas alminhas.
Cada vez mais vivemos num mundo indiferente, em que quase tudo é efémero, as coisas simples da vida, são sem dúvida as mais importantes e, infelizmente são facilmente colocadas de parte, tão esquecidas, tão pouco valorizadas. Um simples abraço é sim capaz de fazer toda a diferença, e sim, muitas vezes tudo o que precisamos é de um abraço,puro, descomplexado, sem medos, sem represálias, sem convenções de nenhuma ordem.
Obrigada meus amigos, aos presentes nesse dia, e aos que estão sempre presentes!
Foi um brinde ao amor e à amizade, pois tudo na vida passa, mas a amizade, ah a amizade, essa sim é única e com capacidade para perdurar. Fazendo jus ao nosso grande Vinicius de Moraes diria que "poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!". Celebrem a vida, menos medo e mais coragem, abracem, vivam mais, falem mais, Epontofinal.

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