sexta-feira, 20 de março de 2015

33 anos de 21 de Março



Todos os anos te escrevo, se calhar, na ânsia inconsciente de uma resposta, pois, meu ser consciente sabe que jamais isso será possível. De todas as vezes, conto-te como estou, o que faço e pretendo fazer, peço-te conselhos, questiono-te perante dúvidas minhas. Rio e choro contigo através das minhas palavras de amor e, também, dum vazio profundo impossível de preencher por nenhum ser humano.

Sei que leste e que vais ler sempre. Assim como sei que em tudo o que faço tu estás presente, ou não estivesses tu em mim, ou não seria eu uma continuação de ti. Este é um vazio inexplicável, incompreensível para a maioria, compreensível para mim - de certa forma - entender essa mesma incompreensão!?

Como é que se explica a alguém, o vazio que é sentir um desejo de se ter algo em nossa vida, que sabemos que nunca será possível? Que preferíamos ter tido um pouco e sofrer a dolorosa amargura da perda, mas saber…. O que é, como é, restando a lembrança a saudade e a certeza; em vez da fraca poupança dolorosa de uma dor que crava e que fica subsistindo, para sempre, sobrando apenas a ignorância.

Dizem que um Pai é o primeiro e verdadeiro amor de uma filha. Acredito que sim! Pois se há ligações que atravessam mundos e são capazes de gerar protecção e amor, que se dirá dos que possuem essa constante diária e terrenamente!?

Dou muitas vezes por mim, perdida em mim, a observar pais e filhas. Tenho a certeza de que seria fantástico, nem sempre, mas fantástico.

É por isso que sempre penso e apelo para que todos os Pais olhem por suas filhas, protejam-nas, não em redomas, não das dificuldades, nem tão pouco da amargura ou da decepção, estejam lá nas derrotas, incentivando-as; pois cada erro será um caminho melhorado. Em suma, não as protejam da vida, mas preparem-nas para a vida.

É um desejo, meu, que se aplica a todos os homens que possuem mulheres nas suas vidas: Olhem e respeitem as semelhantes como as que têm no coração, pois só assim serão também dignos de respeito e da palavra: Homem.

Hoje: Simples menino, irmão, primo, amigo... Amanhã: Homem e Pai!

Sei que o que nos une é, como na música, muito mais do que aquilo que nos separa e sempre assim será. Antes de saber delinear uma linha, já rabiscava com paixão; antes de perceber os alcances do humor e da representação, já figurava o teatro da imitação. Antes de saber o significado de política, já pequenas rebeliões eram instauradas: num muro saltado pela conquista dum território supostamente invicto e desconhecido, ou num jogo de bola, com poeira no ar e canelas a latejar. Acrescentando a isso, a vontade de criar.

Espero, assim, que revejas em mim muito de ti, assim como eu de ti em muito de mim.

33 anos depois custa sentir que partiste, antes do tempo;

Antes do prazo;

Antes do dia.

Até!


C.T.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Pois éa!


Não me recordo aonde li, mas achei alguma graça, aqui vai:
Tanta gente obesa de palavras e anoréctica de sentimentos que fica a dúvida entre o engolir ou fazer dieta. ;)